Em painel com representante do Banco Central, Federação Brasileira dos Bancos analisa impactos do novo ativo digital na regulação e nas empresas do país
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) discutiu na segunda-feira (30/05/2022), a proposta de criação de uma moeda nacional digital, também apelidada de "Real Digital". Em painel transmitido ao vivo, representantes da Febraban e do Banco Central do Brasil falaram dos impactos do ativo e como, de fato, a nova moeda se encaixaria no sistema econômico atual.
Participam da discussão Fábio Araújo, economista do Banco Central do Brasil; Boaventura D’Avila, diretor da Accenture; Bento Pereira, coordenador de Cibersegurança da Febrabran. Também estiveram no painel os diretores-executivos de Inovação, Produtos e Serviços Bancários, de Sustentabilidade, Cidadania Financeira e também de Relações com o Consumidor e Autorregulação da Febraban, Leandro Vilain e Amaury Oliva.
O painel foi transmitido às 19h, pelo canal do YouTube da Febraban.
O que é o Real Digital?
O modelo de Central Bank Digital Currency (CBDC, na sigla em inglês) propõe a criação de uma moeda digital, emitida pelo próprio Banco Central, como nova versão em substituição às cédulas e moedas atuais.
A criação do ativo digital no Brasil vem na esteira de movimentações similares em outros países do mundo. Rússia, Estados Unidos, Reino Unido e Venezuela já discutem a criação de suas próprias CBDCs.
Na China, precursora desse movimento e onde o assunto está mais avançado, o iuan digital já representa boa parte das transações financeiras. Por lá, mais de 20 milhões de pessoas utilizam a moeda digital gerada pelo Banco Popular da China e sua rede de blockchain para fazer pagamentos e transações.
No Brasil, a proposta é de que a criptomoeda do Banco Central seja lançada ainda neste ano, e que esteja disponível para toda a população a partir de 2024.
O que muda para as empresas?
A expectativa geral do mercado é de que o Real Digital melhore a segurança e traga mais facilidade financeira, especialmente para a população desbancarizada. Por trás da moeda, um sistema de blockchain será responsável por rastrear o caminho do dinheiro, o que pode prevenir crimes fiscais em larga escala.
Do lado das empresas, a possibilidade de uma descentralização dos serviços financeiros prestados por grandes instituições pode abrir um leque de oportunidades para novos entrantes dispostos a fazer parte desta competição.
A ausência de dinheiro físico pode também aumentar a velocidade e custo médio das transações, nos moldes do sistema de pagamentos Pix.
Essa redução, por sua vez, pode beneficiar micro e pequenos negócios em busca de mais agilidade no fluxo de caixa.
Fonte: Exame.com, por Maria Clara Dias.
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