Entenda os conceitos de ponto de equilíbrio, veja como é feito seu cálculo e verifique as possibilidades de regularização de finanças para a sua empresa.
No ponto de equilíbrio, também chamado de break-even point, ponto de ruptura ou, ainda, ponto crítico, o lucro da empresa é zero, ou seja, o que se busca com o cálculo é verificar valores e quantidades necessárias de receita para cobrir custos e despesas fixas e variáveis.
A partir desse ponto é que os novos produtos vendidos passarão a gerar lucro para a empresa (desde que com margem de contribuição positiva).
Vale ressaltar que o ponto de equilíbrio não é a meta de nenhuma empresa, mas uma referência, pois o objetivo dela é o lucro. A partir do momento em que o ponto de equilíbrio for ultrapassado em R$ 1,00, já podemos dizer que a empresa está começando a lucrar.
Antes de obter o ponto crítico contábil, é necessário calcular o valor total dos custos e despesas fixas mensais e o índice da margem de contribuição.
Para exemplificar, imagine que sua empresa planeja vender 1.000 unidades de um determinado produto a R$ 100,00 cada. Para produzir cada item, o custo é de R$ 40 junto com R$ 30 de despesas variáveis. Além disso, há um gasto fixo (custo + despesa fixa) na ordem de R$ 12.000,00 mensais.
Utilizando os números do exemplo, teremos: uma receita operacional na ordem de R$ 100.000,00 (1.000 (x) R$ 100,00); CPV 40.000,00 (1.000 (x) R$ 40,00); despesas variáveis de R$ 30.000,00 (1.000 (x) R$ 30,00), mais gastos fixos de R$ 12.000,00.
Precisamos, inicialmente, calcular a Margem de Contribuição. Ela será o resultado da diferença entre a receita operacional e o CPV, as despesas variáveis e os gastos fixos. No exemplo acima, a margem de contribuição é de R$ 18.000,00 (100.000,00 (-) 40.000,00 (-) 30.000,00 (-) 12.000,00).
O Ponto de Equilíbrio Contábil é o mais comum e utilizado pelas empresas. Com ele, dividem-se os custos e as despesas fixas pela margem de contribuição, tendo, assim, o valor necessário para igualar os gastos e começar a ter lucro.
Como base nos dados anteriores, vamos ver quanto percentualmente a margem de contribuição representa das receitas. Ou seja, (18.000,00:100.000,00) = 18%. O ponto de equilíbrio contábil será de (12.000,00:0,18) = R$ 66.666,00.
Já o Ponto de Equilíbrio Financeiro é semelhante ao Contábil. A diferença básica é que ele exclui do cálculo depreciações e outras despesas que a empresa não precisa necessariamente desembolsar, mas que são contabilizadas sem provocar movimentação financeira.
Temos, ainda, o Ponto de Equilíbrio Econômico. Nesse caso, precisamos acrescentar o custo de oportunidade, que, no caso, considera a margem de ganho que a empresa poderia ter se tivesse investido em outro negócio ou em algum tipo de investimento.
O negócio escolhido precisa gerar um resultado igual ou superior ao que foi preterido pela empresa. Nele é considerado o custo de oportunidade para indicar o quanto é necessário faturar para equilibrar esse fator e tornar a opção vantajosa.
Como vimos, o ponto de equilíbrio mostra quanto a empresa precisa vender para começar a ser lucrativa. Poderíamos dizer na teoria que, quanto mais vender, mais lucro produz. Isso poderá ser verdade, porém, é bom lembrar que, a partir de certos volumes de vendas, são acionados gatilhos que mostram o que pode ser feito com a estrutura de gastos existente.
Em outras palavras, é preciso avaliar a capacidade máxima produtiva da empresa, pois, em alguns casos, para vender mais é preciso fazer investimentos, tais como ampliar a estrutura ou contratar mais mão de obra, o que acaba elevando os custos e as despesas fixas.
Portanto, se torna necessário à empresa conhecer o seu ponto máximo de otimização possível com a estrutura atual. Sempre que houver necessidade de ampliação dos gastos fixos, haverá também a necessidade de calcular o ponto de equilíbrio econômico.
Podemos ainda dizer que o cálculo do ponto de equilíbrio em suas três versões se constitui numa ferramenta indispensável na administração do negócio.
*Escrito por José Carlos Braga Monteiro – Advogado formado pela universidade Unisinos, pós-graduado em Gestão Empresarial pela FGV e Presidente Fundador do Grupo Studio, rede com mais de 20 anos de expertise na área tributária, detentora dos modelos de negócio Studio Fiscal, Studio E-Fiscal, Studio Brokers e Studio Law.
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